A Antimaçonaria - Leo Taxil

06/07/2012 19:36

LEO TAXIL & A ANTIMAÇONARIA

Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès nasceu em Marselha, França, em 1854. Aos 25 anos de idade, ele resolveu adotar o pseudônimo de Leo Taxil e aproveitar o sentimento anti-católico que predominava na Europa na época para ganhar uma grana. Começou então a produzir panfletos e histórias pornográficas contra a Igreja Católica. Foi um sucesso. Com 27 anos, Leo Taxil ingressou em uma Loja Maçônica, mas logo foi expulso, ainda como Aprendiz. A expulsão deveu-se pelo mesmo ter sido condenado em processos de plágio.

Aparentemente irritado por ter sido expulso, e necessitando produzir conteúdos diferentes que evitassem os processos judiciais, Taxil não teve dúvidas em eleger uma nova vítima para seus ataques: a Maçonaria. Em 1885 ele “converteu-se” ao catolicismo começou a publicar seu conteúdo anti-maçônico: Os Irmãos Três-Pontos, O Anti-Cristo e a Origem da Maçonaria, O Culto do Grande Arquiteto, os Assassinos Maçônicos.

Não demorou para que Taxil se tornasse o queridinho da Igreja Católica, chegando ao ponto de ser convidado para uma audiência privada com o Papa Leão XII. Um bispo da Igreja nos EUA reportou-se ao Papa, denunciando as obras de Taxil como falsas. Porém, o Papa preferiu acreditar em Taxil do que em um de seus bispos. Por ironia do destino, sua velha inimiga e perseguidora passava a idolatrá-lo. O próprio Papa declarou-se seu fã e pediu por mais livros contra a Maçonaria. Uma situação no mínimo hilária, para não se dizer absurda.

Leo Taxil aproveitou que Albert Pike havia falecido em 1891, e por isso não poderia se defender, para nomeá-lo como uma espécie de “Papa Luciferiano”, Sumo Pontífice da Maçonaria Universal, a qual ele considerava 100% satânica. Taxil chegou a ponto de escrever que Pike reunia-se com Lúcifer toda sexta-feira, às 3h da tarde.

Após fazer muito dinheiro com suas obras antimaçônicas, contando com o apoio e, muitas vezes, até o patrocínio da Igreja Católica, Leo Taxil resolveu dar o seu “tapa de luva”. Em 19 de Abril de 1897, ele alugou um auditório em Paris e convidou os maiores intelectuais franceses da época para assistirem a coletiva de imprensa que ele iria realizar. Na presença de notáveis pensadores, de líderes católicos e da imprensa, Taxil soltou a bomba: tudo que ele havia escrito sobre a Maçonaria não passava de mentiras. Sua real intenção era mostrar como a Igreja Católica, que havia elegido ele como arqui-inimigo, era patética a ponto de passar a idolatrá-lo, e como o Santo Padre, o Papa em pessoa, de infalível não tinha nada. Além disso, ele queria ganhar um bom dinheiro à custa da Igreja e de seus fanáticos. Durante a coletiva, as gargalhadas dos intelectuais disputavam com os gritos de raivas dos líderes católicos. Sua confissão, de mais de 30 páginas, foi publicada nos principais jornais europeus da época.

Apesar de mais de 100 anos depois da confissão pública de suas mentiras, suas obras antimaçônicas continuam sendo citadas como referência em novas obras fanáticas e ignorantes que atacam a Maçonaria, até mesmo por integrantes da Igreja Católica, a qual foi publicamente ridicularizada por Taxil, o responsável por uma das maiores vergonhas que um Papa já passou.

(No Esquadro)