Os Punhos do V.'.M.'. e VVig.'.

05/02/2012 20:32

Parte integrante da vestimenta maçônica, conhecida por todos os maçons, os punhos fazem parte dos paramentos utilizados pelo Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes em muitos ritos e rituais, e também é adotado pelos cargos correspondentes de algumas Obediências. Sempre em conformidade com o colar e o avental, os punhos completam a vestimenta ritualística desses principais Oficiais.
Mas se todos os Oficiais de uma Loja utilizam colar e avental, por que apenas os Vigilantes e o Venerável Mestre utilizam os punhos? Aliás, qual a origem dos punhos? Por que existem? Qual sua simbologia, significado? Quem deve usar, como e quando?
Esses" braceletes" que chamamos de “punhos” são conhecidos nos países de língua inglesa como “gauntlets”. Gauntlets podem ser considerados como luvas de cano longo que cobrem a mão e parte do antebraço, usadas para atividades manuais, com intuito de proteger o punho. Esse tipo de luva é muito comum na construção civil e é conhecido por alguns como “luva de raspa”, por ser geralmente feito de raspa de couro.
Além dos punhos, qual o outro utensílio comum entre os Vigilantes e o Venerável Mestre, utilizado apenas por esses três Oficiais? O malhete. Porém, nos primeiros anos de Maçonaria Especulativa, os maçons não tinham templos e utensílios próprios para as reuniões. Eles se reuniam em tavernas e utilizavam os utensílios da Maçonaria Operativa. Assim, em vez de belos malhetes trabalhados, utilizavam rústicos maços, e em vez de belas e finas luvas, utilizavam as mesmas luvas grossas e compridas usadas nas construções.
Da Maçonaria Operativa até o início do século XVIII
No início, todos os Oficiais costumavam usar tais “luvas de pedreiro”, rústicas e de manga longa. Mas com o tempo, apenas aqueles que portavam os maços continuaram a adotá-las, como herança da Maçonaria Operativa, enquanto que os demais passaram a usar luvas mais “sociais”. Entre o ano de 1717, quando da fundação da 1ª Grande Loja da Inglaterra, até, pelo menos, o ano de 1813, quando da fusão que originou a Grande Loja Unida da Inglaterra, os dirigentes das Lojas adotaram modelos em que a luva e o punho eram uma única peça. É a partir dessa época que há os primeiros registros indicando que essas luvas, já feitas em diferentes cores e com bordados nos punhos que identificavam os cargos e Lojas, começaram a surgir em modelos com punhos separados do restante, como se vê atualmente.
Do Início do século XVIII até o Início do século XIX
Esse desenvolvimento se deu de forma livre e o uso manteve-se baseado na tradição até 1884, quando a Grande Loja Unida da Inglaterra incluiu os punhos como paramento oficial no Livro de Constituições, regulamentando seu uso: combinando com colares e aventais dos Grandes Oficiais, punhos na cor azul escuro com detalhes dourados para os dirigentes da Grande Loja, uso obrigatório; e combinando com colares e aventais dos Oficiais das Lojas, punhos na cor azul claro com detalhes prateados para os dirigentes das Lojas, uso opcional. E, em 1971, a Grande Loja Unida da Inglaterra tornou os punhos também opcionais aos Grandes Dirigentes.
Do Início do século XIX até nossos dias
Pela falta de regulamentação apropriada dos paramentos maçônicos por boa parte das Obediências Maçônicas brasileiras, não existe uma padronização no tamanho, cores, desenhos, detalhes e principalmente no uso dos paramentos.
De qualquer forma, é importante saber o que se usa, principalmente quando se trata de um importante resquício de nossa origem operativa.

(Kennyo Ismail)