MAÇONARIA OPERATIVA E MAÇONARIA ESPECULATIVA

04/08/2011 12:04

 

     Os maçons operativos eram os construtores medievais que se associavam em guildas para melhor defender os seus interesses classistas e estavam estreitamente ligadas ao sistema religioso. As primeiras guildas surgiram na Inglaterra ao final do século IX e início do século X.

     Os maçons especulativos eram cidadãos livres, com uma nova mentalidade social que a partir do século XVI começaram a ocupar o espaço deixado vago pelos maçons operativos, que se desestruturavam. Empunhavam a bandeira de uma nova fraternidade, não mais alicerçada exclusivamente em princípios religiosos, mas livremente nascida da compreensão e a solidariedade humana.

     A diferença fundamental é, pois que, maçom especulativo não é simplesmente um maçom operativo que deixou de trabalhar no seu ofício e aprimorou o seu espírito. Foram as lojas operativas que se transformaram em lojas especulativas pela substituição progressiva dos membros operativos por membros especulativos.

     Se assim não fosse, e se a Maçonaria Especulativa tivesse simplesmente abandonado os ideais classistas da Maçonaria Operativa ao assumir as suas lojas, se teria transformado em uma sociedade sem objetivos, e nenhuma sociedade pode evoluir e prosperar sem propósitos definidos. O rápido crescimento da Maçonaria Especulativa no século XVIII demonstra que ela tinha propósitos definidos.          

     Ser maçom especulativo significa ser observador, perceber os princípios morais subjacentes aos símbolos e aplicá-los na construção de relacionamentos humanos confiáveis, sinceros e leais, e, através do estudo e da observação, tentar apreender a melhor forma de construir uma harmoniosa e perfeita fraternidade.

     O que os maçons especulativos fazem ultrapassa os limites de suas Lojas. O maior trabalho de um mestre maçom moderno é aplicar de maneira prática e correta a sabedoria moral que se espera tenha adquirido durante sua vida maçônica. Ele vai à loja para especular, estudar e aprender e volta ao mundo para trabalhar e aplicar o que aprendeu. O mestre maçom especulativo não é mais um construtor material como o eram os mestres maçons operativos. Ele será antes de tudo um homem moralmente sadio em busca de cada vez mais e maiores conhecimentos, dedicado à construção do edifício moral da humanidade.

     Havia também fraternidade entre os irmãos operativos, mas era uma fraternidade corporativista, voltada apenas para os membros das guildas. Os irmãos especulativos ampliam os horizontes de sua fraternidade estendendo-a a todos os homens. Os operativos eram individualistas, e os especulativos são essencialmente altruístas e filantropos.

                                                                                                                                                                                          (Ambrósio Peters)