Balandrau - Resposta do Gr.'. Secr.'. de Orientação Ritualística

24/11/2012 21:34

             Questão levantada por um Ir.'., quanto ao uso do balandrau, e a resposta do Pod.'. Ir.'. Pedro Juk, Gr.'. Secr.'. de Orientação Ritualística Adjunto para o REAA do GOB, e Gr.'. Secr.'. de Orientação Ritualística do GOB-PR.           

 

            Balandrau

            Questão que faz o Respeitável Irmão Thiers Antonio PenalvaRibeiro, Loja “Deus” e Liberdade, 62, COMAB, Oriente de Montes Claros, Estado de Minas Gerais.

            Na reunião de ontem, o Venerável Mestre, colocou em votação uma questão levantada por ele que é que todos os irmãos devem comparecer as reuniões de terno. Como há trinta e cinco anos que a grande maioria dos irmãos usa o balandrau, pergunto:

            Pode o Venerável mudar aquilo que inclusive está no Ritual (a vestimenta do Mestre Maçom é o Avental), com a votação por maioria simples da Assembleia?

            Sei que a vestimenta do maçom é o Avental, mas sei também que cada Obediência tem seus costumes. A nossa, pelo menos há trinta e cinco anos é o uso do balandrau. Esclareça-me, por favor.

 

            CONSIDERAÇÕES

            Esse é outro assunto que no meu entender colabora para instituir o aparente em contraposição do real.

            Se o uso do balandrau está previsto no Regulamento da Obediência o Venerável não pode sobrepor a Lei, e o que é pior, me parece com a aquiescência do Orador que ao contrário de fazer cumprir a Lei, consente uma votação contra a Lei.

            Geralmente no Brasil as Obediências adotam o traje a rigor que é chamado de “terno” na cor preta para as Sessões Magnas e para as Econômicas (ordinárias) preveem o uso do Balandrau preto que deve ser talar (comprimento até os tornozelos) e sem impressões de gravuras estampadas (aquela do crâneo e das tíbias cruzadas de um total mau gosto). Assim também o balandrau deve ser de mangas compridas e abotoado até a região do colarinho.

            Como bem disse o Irmão, a verdadeira vestimenta do Maçom é o avental, todavia infelizmente muitos na intenção de “dourar a pílula” adotam o terno dando ao tal uma importância que é totalmente descabida. Aliás, ainda por cima chamam de terno o que é na verdade uma parelha, já que o termo “terno” em vestimenta é composto por três peças – paletó, colete e calça da mesma cor. Já o que se usa normalmente da Maçonaria brasileira, com raras exceções é verdadeiramente a “parelha” ou par de vestimentas iguais que é composta apenas pelo paletó e pela calça da mesma cor.

            Esse costume do uso do “terno preto” na Maçonaria tupiniquim é coisa do passado como traje de missa. Os defensores desse costume deveriam se atentar para a Maçonaria mundial onde em muitos países os Irmãos vestem um traje obviamente decente sem qualquer protocolo vestimental dando, porém ênfase ao avental. Existem países inclusive que os maçons usam o traje típico do país, tendo sobre ele o avental.

            É verdade que em alguns países o terno preto é largamente usado pelos maçons, entretanto esse não é um costume exclusivo da Maçonaria, mas tradição de toda a população regional. Como não bastasse isso, alguns escritores ocultistas já escreveram até sobre a importância do terno preto nas vibrações internas da Loja (sic). Agora se durma com um barulho desses.

Eu acho melhor parar por aqui, já que o uso de um traje tem feito até que um Venerável protegido pelo Orador “ache” que todos devem acompanha-lo talvez no seu gosto pessoal e de mais alguns.

            Finalizando. Alguns maçons ainda não aprenderam a cumprir o que está escrito e legalmente aprovado, enquanto que outros que tem o dever de fazer cumprir a Lei, simplesmente a ignoram.

            E.T. Se a Obediência à que se refere esse escrito não fizer previsão no tocante ao uso dos trajes maçônicos, infelizmente nada se pode fazer e aí estariam isentos de qualquer culpa o Venerável e o Orador.

            Se fossemos levar em consideração as tradições maçônicas e o seu sigilo, Irmão que não assistiu à Sessão a que se refere o balaústre deveria entrar somente após a sua leitura, já que a regra é de não se saber nada de tudo quanto se passou nos trabalhos.

            Baseado nessa premissa é que muitos rituais preveem a entrada de visitantes somente após a Ordem do Dia, todavia é sabido que isso nunca acontece na prática. Por esses procedimentos que em nome da boa vizinhança nunca são cumpridos, pelo menos é coerente que no caso de um Irmão do quadro faltante na sessão relativa aos escritos no balaústre, este deve se abster de votar sobre um assunto que ele não esteve presente. Assim também procedem aos visitantes que tenham entrado em família. De acordo com os ritos praticados, existe uma maneira protocolar de abstenção. No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito a maneira correta é que em abstenção o obreiro fique à Ordem.

          T.F.A.

          PEDRO JUK

          OUT/2012

          (JB News)